sábado, fevereiro 25, 2012

UNESCO e África após a entrada da Palestina

Desde 23 de Janeiro deste ano que a UNESCO conta com um Delegado Permanente representante da Palestina. Foi um marco histórico e fica a aspiração que outras agências sigam o exemplo e confiem na abertura e coragem política de alguns Estados Membros como a França e o Brasil que votaram a favor. Foram 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções. A Palestina deixou o seu estatuto de observador para se juntar aos restantes Estados Membros. Os Estados Unidos, Alemanha, Canadá e entre outros votaram contra a adesão da Palestina, tendo os Estados Unidos ido além e suspendido toda a ajuda financeira dada a esta agência, aproximadamente 25% do orçamento global.
África recebia cerca de 1/3 do investimento global, grande parte virado para o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio de Educação para Todos, vê agora a possibilidade de receber menos apoios caso a UNESCO não faça os ajustes necessários na sua estratégia de intervenção, considerando que as despesas com os recursos humanos e as atividades são de 50%, e caso outros Estados-Membros ou organizações não contribuam mais, a fim de suavizar o enorme impacto que a retirada de 25% dos fundos provocará.
Os Estados Unidos, que também mantêm a sua política imperialista no campo da ajuda ao desenvolvimento, aprenderam uma grande lição: que os princípios e valores humanistas nem sempre ficam reféns do poder económico de grupos de pressão. Quanto à abstenção de Portugal, “a coragem é o triunfo sobre o medo” – Nelson Mandela.

                                                              Banksi - Campanha de Solidariedade com a Palestina

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