quinta-feira, abril 26, 2012

Hoje não é o Dia Mundial da Malária…


Mas tudo o que se disse ontem continua HOJE a ser verdade e urgente!
Hoje não haverá t-shirts a serem distribuídas, faixas a serem exibidas, discursos políticos e boas intenções.
O dia-a-dia da luta contra a malária faz-se ao ritmo cadenciado do andar de uma mulher, com o seu filho às costas a arder de febre. Pode ter alguns metros para percorrer até ao centro de saúde, ou vários quilómetros, quem sabe se terá de pedir emprestado dinheiro a uma vizinha para poder deslocar-se ao centro de saúde mais próximo, numa carrinha que sai apenas uma vez por dia.
Conseguindo chegar ao centro de saúde, talvez dois ou três dias depois de ter reparado que o seu filho estava mais quente que o normal, enfrenta uma fila com outras mães, de outras aldeias.  
Não usa rede mosquiteira, apesar de o enfermeiro a ter oferecido quando estava grávida do seu filho, agora doente. Não sabe como esticar a rede, não percebe porque é que tem de dormir com rede, a rede incomoda-a ao dormir… muitas razões que se sobrepõem à simples mensagem: “A Malária mata, a malária é transmitida pelo mosquito.”
Ao ser atendida no Centro de Saúde, a enfermeira faz um teste de diagnóstico rápido ao seu filho e confirma-se que tem malária. 
Em Moçambique, apesar das infraestruturas, recursos humanos e distribuição de medicamentos terem algumas fragilidades, a urgência e esforços conjuntos de garantir o acesso universal ao seu tratamento permite que, aquela mãe possa receber medicamentos gratuitos e ver o seu filho a curar mais uma malária, facilmente prevenível.
Hoje não é o Dia Mundial da Malária, mas deveria ser…