Mas tudo o que se disse ontem
continua HOJE a ser verdade e urgente!
Hoje não haverá t-shirts a serem distribuídas,
faixas a serem exibidas, discursos políticos e boas intenções.
O dia-a-dia da luta contra a
malária faz-se ao ritmo cadenciado do andar de uma mulher, com o seu filho às
costas a arder de febre. Pode ter alguns metros para percorrer até ao centro de
saúde, ou vários quilómetros, quem sabe se terá de pedir emprestado dinheiro a
uma vizinha para poder deslocar-se ao centro de saúde mais próximo, numa
carrinha que sai apenas uma vez por dia.
Conseguindo chegar ao centro de
saúde, talvez dois ou três dias depois de ter reparado que o seu filho estava
mais quente que o normal, enfrenta uma fila com outras mães, de outras aldeias.
Não usa rede mosquiteira, apesar
de o enfermeiro a ter oferecido quando estava grávida do seu filho, agora
doente. Não sabe como esticar a rede, não percebe porque é que tem de dormir
com rede, a rede incomoda-a ao dormir… muitas razões que se sobrepõem à simples
mensagem: “A Malária mata, a malária é transmitida pelo mosquito.”
Ao ser atendida no Centro de
Saúde, a enfermeira faz um teste de diagnóstico rápido ao seu filho e confirma-se
que tem malária.
Em Moçambique, apesar das infraestruturas, recursos humanos e
distribuição de medicamentos terem algumas fragilidades, a urgência e esforços
conjuntos de garantir o acesso universal ao seu tratamento permite que, aquela mãe
possa receber medicamentos gratuitos e ver o seu filho a curar mais uma
malária, facilmente prevenível.
Hoje não é o Dia Mundial da Malária, mas deveria ser…
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